sexta-feira, 13 de junho de 2008

A tão esperada resposta às simpatias :D

Obrigada Ana por me teres mostrado as respostas a grande parte das simpatias dos posts anteriores :)

Pelos vistos a mais viável é mesmo atirar o Santo pela janela, por isso minha gente tenham muito cuidado ao passar por baixo de uma janela pois correm o risco de sairem feridos :D:D:D:D:D:D:D:D

Aqui fica a fantástica história da Marialva :D:D:D:D:D

Junho chegou!

Até que enfim, pensou Marialva olhando de sua janela a manhã neblinada, que cobria toda a praça em frente de seu apartamento.
Sentia-se só , e precisava arrumar um marido... De namorados que não queriam compromissos já estava saturada e desiludida.
Olhou sua foto ao lado do Juventino, aquele canalha que aproveitou de sua carência afectiva para extorquir-lhe dinheiro, dar-lhe trabalho, sem contar o tempo perdido no qual poderia estar com alguém que realmente a amasse. Mas, esse alguém... estava difícil de achar!
Sonhava com o altar: com vestido branco e grinalda, buquê de orquídeas brancas, com a marcha nupcial, e o mais importante, um noivo que a amasse.
Seria ilusão?
Se fosse ilusão, pelo menos ajudava-a a continuar vivendo.
Não queria ficar para titia como suas irmãs mais velhas. Duas solteironas horríveis, que só sabiam implicar com seus namoros, e criticar suas atitudes modernas de “ ficar”.
Elas eram virgens, coisa quase impossível no mundo de hoje...
Marialva foi até um armário da sala e retirou sua imagem de Santo António, olhou para ela, beijou-a com muito carinho e pensou que iria fazer todas as simpatias que lhe ensinaram para arrumar um marido.
Pegou a relação de simpatias, leu-as achando-as meio esquisitas, mas tudo valia a pena...
Tudo teria que ser feito até o dia 13 de junho, dia do querido Santo, pois, depois as simpatias não teriam mais valor...
A graça a ser alcançada, poderia acontecer nos dias que antecedem o dia 13 de junho, mas era mais certo que ela viesse acontecer no dia do Santo.
Arrumar um namorado, que se tornasse seu futuro marido...
A primeira simpatia, era deixar Santo António de cabeça para baixo numa vasilha com água por três dias e, ao retirá-lo da água, enxugá-lo com um uma fita branca, onde estivessem escritos os nomes de todos os moços, entre os quais, estaria um, com quem poderia casar- se. Santo Antóio seria o encarregado de indicar qual.
Assim fez Marialva, escreveu todos os nomes de moços que conhecia, com quem poderia se casar. Claro que escolheu os melhores, os mais bonitos e ricos, não era boba...
Com muita fé e esperança, ao final dos três dias, ao retirar o Santo António da água e enxugá-lo, viu que sua imagem se desfazia, porque era de gesso. Amoleceu e se dissolveu, assim como a esperança naqueles nomes que escrevera na fita branca...
O Santo não aprovara nenhum, até se desmanchara...
Comprou outra imagem, onde o Menino Jesus podia ser retirado dos braços de Santo António, que, por informação do proprietário, aquela imagem era muito procurada pelas pessoas que queriam casar-se. Elas retiravam a pequena imagem do Menino Jesus dos braços de Santo António, no início do mês de junho, e só a colocavam no dia 13 de junho, dia do Santo. Neste intervalo, Menino Jesus era carregado entre os seios, no caso das mulheres, ou enrolado num lenço, e carregado no bolso no caso dos homens, até o dia indicado na simpatia.
Assim fez Marialva, mas ao abaixar-se no trabalho para pegar uma caneta, o Menino Jesus rolou pelo seu decote, indo se espatifar no soalho.
Todos olharam curiosos, mas ninguém falou nada...
Marialva não desistiu...
Comprou ervas para um banho. Elas deveriam ser fervidas com água e a imagem de Santo António para depois banhar-se com ela. Foi assim que o Juca raizeiro dissera. Era tiro e queda... Deixava o corpo irresistível...
O que arrumou foi uma alergia que a fez parar no dermatologista...
Outra simpatia era colocar o Santo António de cabeça para baixo, dentro de um formigueiro, embrulhado numa fita vermelha, onde os nomes e sobrenomes dos pretendentes deveriam estar escritos...
Coitadinho do Santo António, pensou ela, mas tudo valia a pena...
Seu apartamento tinha muitas formigas, mas suas casas ficavam nos vãos dos azulejos, nos rodapés, e em lugares mais inusitados, mas não dava para colocar a imagem do Santo António ali. Era preciso encontrar um formigueiro na terra. Onde?
Na praça já vira muitos formigueiros...
Precisava acordar bem cedo, antes dos vizinhos, e com uma faca abrir um buraco num formigueiro no jardim da praça, para enterrar o querido Santo António.
Desta vez comprara uma imagem pequena, pois assim era mais fácil de enterrá-la.
Esta simpatia era complicada e trabalhosa... mas, tudo valia a pena por um amor...
Levantou-se de madrugada, desceu de seu apartamento, e depois de se certificar que não havia ninguém olhando, foi até o jardim da praça, e num formigueiro, bem depressinha,enterrou o querido Santo António, em quem depositava suas esperanças...
Entretanto, não viu o garoto do andar debaixo do seu, olhando pela fresta da janela. Ele era irmão do Paulo, rapaz que gostava muito, e que constava da sua lista de preferidos para se casar. Ele era demais... além de um gato, na opinião de Marialva.
Carlinhos esperou Marialva sair , foi até o jardim e desenterrou aquilo que vira sua vizinha enterrando no formigueiro...
Contou para Paulo, o que vira, e mostrou-lhe a fita onde seu nome estava escrito, dizendo-lhe que Marialva era uma bruxa, e que fizera um despacho para ele, com santo e tudo...
Marialva passando pela praça, olhou de soslaio para o local da simpatia, e viu seu santo desenterrado e jogado ao lado do buraco...
Esta simpatia tinha ido para o buraco, ou melhor saíra dele...
Não perdeu as esperanças, comprou outro Santo António e amarrou-o de cabeça para baixo, na face leste, com todos os nomes dos pretendentes escritos na imagem, conforme a simpatia mandava. Só poderia ser retirado dali no dia 13 de junho.
Já era dia 11, e nada dera certo. Só gastara dinheiro até agora...
Nenhum namorado, nenhum interessado nela, nem ao menos para passear no Shopping.
O dia 13 estava findando, eram 18:40 horas, e nada de nada...
Naquele dia tivera contrariedades no trabalho: o chefe estava insuportável, o trabalho acumulado, o computador deu pau, a Lúcia derrubou café na sua mesa e sujou o relatório pronto.
Tinha que descarregar em alguém, mas como morava sozinha, foi até a janela, pegou o Santo António e arremessou-o na rua.
Escutou um grito agudo de dor, e debruçando-se no peitoril para ver o que havia acontecido, viu um moço sangrando na testa.
Fora atingido pela imagem, arremessada na fúria de Marialva, que revoltada e decepcionada com as simpatias, não conseguira nada, nem um namorado...
Ao vê-lo naquele estado, desceu correndo de seu apartamento, e foi acudi-lo.
Levou-o para fazer um curativo, ofereceu-lhe um café e começaram a conversar.
Dois meses depois, casaram-se na Matriz de Santo António.
Todos os anos, no dia de Santo António, Marialva vai até essa igreja assistir missa , e agradecer pelo marido que tem: o António dos Santos...

E foram Felizes para Sempre :D:D:D:D:D
É caso para dizer Santo sofre.... :D:D:D:D:D:D
É por estas e por outras que nem Santo António tenho, não vá me sentir tentada a fazer todas estas coisas ao homem, e ninguém merece :P :D:D:D

1 comentário:

Alfa disse...

Ri-me imenso com esta história...
Agora percebo porque é que o Sto António nem sempre nos acode, acho que primeiro tem de se acudir a ele próprio!!!:P
Ele sofre...
Ser Santo custa muito definitivamente!!! E nem depois de morto tem descanso!:P
Possa... :P

Abraço em Cristo!:)
Bjinho